sábado, 4 de janeiro de 2025

ESPIRITO SANTO - PARTE 2

 


ESPIRITO SANTO Palácio_Anchieta_Vitória


NADA COMO CONHECER A HISTÓRIA DESSE LUGAR MARAVILHOSO PRA SE MORAR

Dom João VI.
Em 1797, o regente D. João dirigiu-se ao governador da Bahia nesses termos:

“Sendo-me devido em particular o reanimar a quase extinta capitania do Espírito Santo, confiada até agora a ignorantes e pouco zelosos capitães-mores, fui servido nomear para a mesma governador particular, que ora vos fica subalterno, e escolher um nome de conhecidas luzes e préstimo na pessoa do capitão de fragata Antônio Pires da Silva Pontes.”
 
— Dom João VI.
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 1800. A obra de recuperação teve como objetivo principal melhores comunicações com a de Minas Gerais. Em 8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto, conjuntamente com o representante do governo de Minas, que regulou a cobrança de impostos entre as duas capitanias. Interessou-se também pela navegação do rio Doce, por abertura de estradas, pela ampliação dos cultivos e pelo povoamento da terra. Em 1810 a capitania tornou-se autônoma em relação à Bahia, e passou a depender diretamente do governo-geral. Governou na época Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, que não se afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Linhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.

O período colonial encerrou-se sob melhores auspícios, sobretudo em função da diligência de Francisco Alberto Rubim, nomeado governador em 1812. Rubim foi o autor da "Memória estatística da capitania do Espírito Santo", realizada em 1817, na qual afirmou haver na época na capitania 24.587 habitantes, seis vilas, oito povoados e oito freguesias. Consolidara-se a ocupação do território e ampliara-se a base demográfica. Em face das dificuldades enfrentadas, esses dados revelam um progresso nada desprezível.

Em 20 de março de 1820 foi empossado como governador Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos, a quem coube enfrentar os dias agitados da independência e passar a administração à junta do governo provisório. Antes mesmo de promulgada a constituição do império, foi nomeado presidente da província o ouvidor Inácio Acióli de Vasconcelos.

Independência do Brasil

Províncias imperiais do Brasil em 1822.
Durante o movimento de independência, em março e abril de 1821, ocorreram várias comoções políticas no Espírito Santo, enquanto se procedia à escolha de seus representantes às cortes de Lisboa. Após a proclamação da autonomia brasileira, foi dado total apoio à nova realidade política, e em 1 de outubro de 1822, reconhecido imediatamente D. Pedro na condição de imperador do Brasil.

O governo provincial enfrentou séria crise econômica nos primeiros anos da década de 1820, ocasionada pelo estrangulamento da produção agrícola em razão da prolongada estiagem. Mesmo assim, iniciou a cultura cafeeira. Para tanto, incentivou o aproveitamento de terras por colonos estrangeiros, o que se deu simultaneamente à chegada de fazendeiros fluminenses, mineiros e paulistas. A exemplo das demais províncias do sul, no Espírito Santo essa experiência colonizadora baseou-se na pequena propriedade agrícola, que logo se estendeu ao longo da zona serrana central, em contraste com as áreas do sul daquela região, onde predominava a grande propriedade.

Em 1846 fundou-se a colônia de Santa Isabel (Campinho) com imigrantes alemães de Hunsrück e em 1855 uma sociedade particular — depois encampada pelo governo — criou a colônia do Rio Novo com famílias suíças, alemãs, holandesas e portuguesas. Entre 1856 e 1862 houve considerável afluência de imigrantes alemães para a colônia de Santa Leopoldina, que tinha por sede o porto de Cachoeiro de Itapemirim, no rio Itapemirim, a cinquenta quilômetros da foz, no sul do estado. Rapidamente as antigas áreas de pastoreio pontilharam-se de pequenos estabelecimentos agrícolas, que demonstraram grande força expansiva. As colônias de Santa Isabel e Santa Leopoldina, por exemplo, criaram desdobramentos através de todo o planalto, entre os rios Jucu e Santa Maria, e mais tarde atravessaram o rio Doce.

No processo de colonização enfrentaram os imigrantes, a par de outras dificuldades, o sério problema indígena na região do rio Doce. Malgrado os esforços de aldeamento e as tentativas de utilização de sua mão de obra, sucediam-se os choques com os colonos, e chegou mesmo a verificar-se grave contenda entre índios e moradores de Cachoeiro de Itapemirim,[27] como elevado número de mortos e feridos, em 1825. Duas décadas depois, o comendador e futuro barão de Itapemirim, Joaquim Marcelino da Silva Lima, ainda tentou organizar um grande aldeamento à base de terras devolutas.

Século XIX
 Ver artigo principal: Província do Espírito Santo
Os canaviais haviam sido substituídos pelos cafeeiros. Ainda não tinha sido fundada nenhuma usina. Os engenhos centrais pouco a pouco desapareciam. Além de fazendeiros capixabas, que passam a cultivar o café, vieram também, com o mesmo propósito, fluminenses, mineiros e até paulistas, como o barão de Itapemirim. 

Imigrantes alemães e luxemburgueses na colônia Santa Leopoldina na província do Espírito Santo, 1875
Graças ao trabalho profícuo desses colonos, quando se aboliu a escravidão dos negros — o que derrocou as grandes fazendas, de imediato ou não — a economia do Espírito Santo resistiu e proporcionou aos seus presidentes, depois de proclamada a república, os meios necessários para empreendimentos como a construção de estradas de ferro, expansão do ensino e organização de planos urbanos, com Muniz Freire; instalação de água, luz, esgoto, bondes elétricos, de um parque industrial, de uma usina elétrica e de uma usina de açúcar em Cachoeiro de Itapemirim e na vila de Itapemirim, de uma fazenda-modelo em Cariacica, além de reforma da instrução pública e construção de grupos escolares e de pontes entre Vitória e o litoral e Colatina e o norte do rio Doce. Essas e outras obras foram realizadas com recursos provenientes sobretudo do café produzido pelas colônias de imigrantes europeus organizadas desde a monarquia.

Com a irradiação ferroviária que o café suscitou em meados do século XIX, o Espírito Santo beneficiou-se da rede de leitos, cujo centro estava em Campos dos Goitacases e que estabelecia comunicações entre duas importantes áreas cafeeiras: a Zona da Mata, em Minas, e o sul capixaba. Apesar de situada fora da região de cultivo, a cidade de Vitória foi a que mais progrediu sob o surto daquela lavoura, e já em 1879 processaram-se os primeiros estudos destinados à construção do porto, que deveria escoar toda a produção da província. Atendendo às novas exigências, em meados do século começou a funcionar a imprensa capixaba, com a circulação do jornal O Correio da Vitória, de propriedade de Pedro Antônio de Azeredo, a partir de 1849.

Em 1850 a configuração territorial do Espírito Santo já assinalava a existência de dez municípios: Vitória, Serra, Nova Almeida, Linhares, São Mateus, Espírito Santo, Guarapari, Benevente (hoje Anchieta) e Itapemirim.[28] Pouco antes a província perdera parte de suas terras, em virtude da desanexação de Campos dos Goitacases e São João da Barra, restituídas ao Rio de Janeiro em 1832.

No final do século XIX, os capixabas, sobretudo a intelectualidade, aderiram ao movimento abolicionista. A exemplo do que aconteceu nas demais províncias, surgiram associações ligadas à emancipação, como a Sociedade Abolicionista do Espírito Santo (1869) ao lado de acirrada campanha jornalística e parlamentar. No próprio edifício da Câmara Municipal de Vitória fundou-se uma sociedade libertadora (1883). Durante a propaganda, evocava-se a crueldade dos castigos infligidos aos escravos, como sucedera após a insurreição de cerca de 200 negros no distrito de Queimados, em 1849.

A abolição da escravatura, no entanto, conduziu os grandes proprietários à ruína, em virtude da privação da tradicional mão de obra. Assim, com o advento da república, o primeiro governador do estado não encontrou condições materiais para levar a efeito os planos preconizados pela propaganda republicana. As finanças da antiga província encontravam-se exauridas. 

Ainda no final do século XIX, coincidindo com a fixação da constituição estadual (1891 e 1892), o governador eleito recorreu a reformas e incentivos econômicos que deram novo impulso ao estado. A fim de assegurar uma receita mais sólida, levantou empréstimos externos, que favoreceram a lavoura cafeeira e permitiram maiores investimentos agrícolas. O Espírito Santo obteve assim uma arrecadação cinco vezes mais alta que a da antiga província. Efetuou-se o saneamento de Vitória e em 1895 foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, entre Porto de Argolas e Jabaeté.

SÉCULOS XX e XXI
A ocupação do norte do Espírito Santo só começou nas primeiras décadas do século XX, e ganhou novo impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce, inaugurada em 1928. A economia capixaba contou com a migração de contingentes do sul e do centro do país para aquela área, e assim firmou-se o cultivo do café, que respondeu por 95% da receita em 1903. Durante a primeira guerra mundial, o porto de Vitória figurava como o segundo grande exportador nacional.

Com a Revolução de 1930 assumiu a direção do estado, na qualidade de interventor, João Punaro Bley, mantido pelo Estado Novo até 1943, e sob cuja administração se iniciaram obras para ampliar o porto de Vitória e para construção de cais de minério, este arrendado em 1942 pela Companhia Vale do Rio Doce. No governo de Jones dos Santos Neves, em 1945, foi criada a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), primeira iniciativa referente ao ensino superior no estado. 

Para ampliar a exportação de minério de ferro oriundo de Minas Gerais, a Companhia Vale do Rio Doce construiu o porto de Tubarão, em Vitória, com capacidade para estocar um milhão de toneladas de minério, receber navios de até cem mil toneladas e carregá-los a um ritmo de seis mil toneladas por hora. As obras foram iniciadas em 1966 e terminadas em tempo recorde. Situado dez quilômetros ao norte da capital, é um dos maiores portos de minério do mundo. Com a transferência para Tubarão da maior parte da exportação de minério de ferro, o porto de Vitória ficou liberado para outras aplicações.

Com a instalação de Tubarão a região foi dotada de uma infraestrutura que propiciou o surgimento de um novo complexo industrial, do qual faz parte uma usina de pelotização de minério de ferro, com capacidade de produção de dois milhões de toneladas anuais. 

Inaugurada em 1976, entrou em atividade em 29 de novembro de 1983, dez anos depois de iniciadas as obras, a Usina Siderúrgica de Tubarão, que representou um investimento total de três bilhões de dólares. A fase foi marcada por um intenso esforço de industrialização promovido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Codes), mais tarde transformada no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).

No início da década de 70 foi criado o FUNDAP (Fundo de Desenvolvimento para Atividades Portuárias) que consistia de um incentivo financeiro para a instalação de empresas importadoras, incentivando as atividades portuárias. Instalaram-se fábricas de café solúvel, massas alimentícias, chocolates, azulejos e conservas de frutas, e aprovaram-se projetos para a implantação de fábricas de laticínios, calçados, material elétrico, óleos comestíveis e sucos cítricos. 

Em novembro de 2007, é inaugurada a expansão da siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão (ex-Companhia Siderúrgica de Tubarão) para ampliar a produção anual de placas de aço de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas. O estado é o maior produtor de placas de aço do país.

Em abril de 2008, a Polícia Federal realiza a Operação Auxílio-Sufrágio, que desmantela uma quadrilha especializada em fraudes contra a Previdência Social no estado. O deputado estadual Wolmar Campostrini (PDT) é acusado de ser líder do esquema. Por causa de trâmites burocráticos, as investigações ainda não foram concluídas e Campostrini mantém o cargo. Em outubro do mesmo ano, o prefeito da capital, João Coser (PT) é reeleito em primeiro turno. Em 2010, Renato Casagrande (PSB) é eleito governador no primeiro turno, com 82,3% dos votos. Em 2014, Paulo Hartung (PMDB) foi eleito governador do estado e César Colnago (PSDB) eleito vice-governador.

A partir de 2006, a precariedade dos presídios passou a ser noticiada, pois provocou rebeliões, assassinatos e até esquartejamentos (na Casa de Custódia de Viana); em 2009, presos são mantidos em contêineres de aço, sem ventilação adequada, por falta de celas. Em março de 2010, essa situação é discutida em um painel na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Cumprindo parcialmente compromissos assumidos, o governo desativa as celas metálicas e demole a Casa de Custódia de Viana, em maio de 2010. Em outubro, sete penitenciárias foram vistoriadas por uma comissão liderada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e da Ordem dos Advogados do Brasil. O relatório, a ser entregue à Procuradoria Geral da República, sugere providências urgentes e intervenção federal no sistema penitenciário do estado. 


GEOGRAFIA 

O estado do Espírito Santo ocupa uma área de 46 095,583 km² no litoral do Brasil, localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador e com fuso horário de menos três horas em relação à hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região Sudeste, fazendo divisa com os estados de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. O estado é banhado pelo oceano Atlântico.

Cerca de 40% do território do estado encontra-se em uma faixa de planície, porém a variação das altitudes é bem grande. O relevo apresenta-se dividido em duas regiões distintas: A Baixada Espírito-santense e a Serra do Castelo, na qual fica o Pico da Bandeira com 2 892 m, na serra de Caparaó. Seu clima predominante é o tropical de Altitude do tipo Cwb. O bioma (dominío morfoclimático) do estado são os chamados "Mares de Morros" caracterizados pela vegetação tropical, em climas mais amenos, formados por serras fortemente erodidas. Os principais rios capixabas são o Doce, o São Mateus, o Itaúnas, o Itapemirim e o Jucu. Os cinco integram as Bacias Costeiras do Sudeste. 

O clima é tropical litorâneo úmido, influenciado pela massa de ar tropical atlântica. As chuvas concentram-se no verão. A temperatura média varia entre 22 °C e 24 °C, e a pluviosidade, entre 1 000 mm e 1 500 mm anuais. Os principais rios do estado são, de norte para o sul, o Itaúnas, o São Mateus, o Doce e o Itapemirim, que correm de oeste para leste, isto é, da serra para o litoral. O mais importante deles é o Doce, que nasce em Minas Gerais e divide o território espírito-santense em duas partes quase iguais.  Em seu delta formam-se numerosas lagoas, das quais a mais importante é a de Juparanã.

RELEVO



VISTA DE PANCAS 

Mata Atlântica de encosta, cujas nascentes existentes contribuem para formação dos rios Santa Maria da Vitória e Jacaraípe. O Monte Mestre Álvaro, com 833 metros de altura e parte da Serra do Mar, pode ser visto ao fundo.
A maior parte do estado caracteriza-se como um planalto, parte do maciço Atlântico. A altitude média é de seiscentos a setecentos metros, com topografia bastante acidentada e terrenos arqueozoicos, onde são comuns os picos isolados, denominados pontões e os pães-de-açúcar. Na região fronteiriça com Minas Gerais, transforma-se em área serrana, com altitudes superiores a 1 000 metros, na região onde se eleva a Serra do Caparaó ou da Chibata. Aí, se ergue um dos pontos culminantes do Brasil, o Pico da Bandeira, com 2 890 m.

De forma mais esquemática, pode-se compor um quadro morfológico do relevo em cinco unidades:

- A baixada litorânea, formada por extensos areais, praias e restingas;

- Os tabuleiros areníticos, faixa de terras planas com cerca de cinquenta metros de altura, que se ergue ao longo da baixada e a domina com uma escarpa abrupta, voltada para leste;

- Os morros e maciços isolados, que despontam no litoral e, em alguns locais, dão origem a costas rochosas, cujas reentrâncias formam portos naturais, como a Baía de Vitória; 

- As planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios, que às vezes terminam em formações deltaicas, de que é exemplo a embocadura do Rio Doce;

- A serra, rebordo oriental do Planalto Brasileiro, com uma altura geral de setecentos metros, coroada aqui e ali por maciços montanhosos, entre os quais a referida Serra do Caparaó.

Ao contrário do que ocorre nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde constitui um escarpamento quase contínuo, no Espírito Santo o rebordo do planalto apresenta-se como zona montanhosa muito recortada pelo trabalho dos rios, que, nela, abriram profundos vales. A partir do centro do estado para norte, esses terrenos perdem altura e a transição entre as terras baixas do litoral e as terras altas do interior vai se fazendo mais lenta, até alcançar o topo do planalto no estado de Minas Gerais. Dessa forma, ao norte do Rio Doce, a serra é substituída por uma faixa de terrenos acidentados, mas de altura reduzida, em meio aos quais despontam picos que formam alinhamentos impropriamente denominados serras.

CLIMA E VEGETAÇÃO 



Clima do Espírito Santo segundo Köppen.

Ocorrem no Espírito Santo dois tipos principais de climas, o tropical chuvoso e o mesotérmico úmido. O primeiro domina nas terras baixas e caracterizam-se por temperaturas elevadas durante todo o ano e médias térmicas superiores a 22 °C. O tipo Am, das florestas pluviais, com mais de 1 250 mm anuais de chuvas e com uma estação seca pouco pronunciada, ocorre no litoral norte, no sopé da serra e na região de Vitória; o tipo Aw, com cerca de mil mm de chuva e estação seca bem marcada, ocorre no resto das terras baixas.

O clima mesotérmico úmido, sem estação seca, surge na região serrana do sul do estado. Caracteriza-se por temperaturas baixas no inverno (média do mês mais frio abaixo de 18 °C). Observam-se, entretanto, bruscas alterações climáticas.

O Espírito Santo está incluído em sua totalidade no bioma da Mata Atlântica, apresentando desde fitofisionomias florestais em áreas com altitude menor, até fitofisionomias abertas, em áreas com maior altitude.
 
Entre as fisionomias florestais destacam-se a floresta ombrófila densa, que ocupava quase 70% do estado, e a floresta estacional semidecidual, que ocupava cerca de 23%. A floresta ombrófila aberta, mais rara, ocupava cerca de 3% do estado, sendo encontrada no sudeste e noroeste. Do ponto de vista geológico, o Espírito Santo é dividido em zona de tabuleiros, zona serrana e planície costeira, com extrema influência na vegetação encontrada nessas zonas. 

As florestas úmidas da zona de tabuleiros (abaixo de 300 m de altitude) do norte do Espírito Santo e sul da Bahia frequentemente são chamadas de "mata de tabuleiro", e apresentam pouca vegetação rasteira, muitas epífitas e lianas. As árvores podem ter até 30 m de altura e a primeira vista, essa floresta apresenta semelhanças com a Floresta Amazônica. Hoje em dia, a mata de tabuleiro só é encontrada em bom estado de conservação na Reserva Biológica de Sooretama e na Reserva Natural Vale. No litoral, também observa-se a presença de restingas e mangues, principalmente ao norte do rio Doce. Muitas vezes, as restingas limitam-se apenas às praias, mas podem avançar para o interior, unindo-se com as matas de tabuleiros.


Cachoeira no município de Alfredo Chaves
A zona serrana, localizada em terras altas e vales do interior ao sul do rio Doce principalmente, possui desde florestas com muita vegetação rasteira (entre 300 e 2 000 m de altitude), até campos de altitude, acima dos 2 000 m.

Alguns autores denominam essa vegetação de "floresta pluvial atlântica". Principalmente na Serra do Caparaó, encontra-se uma vegetação aberta denominada campo rupestre, ainda muito pouco estudada pela ciência e que vem se mostrando ser um ecossistema único.

Atualmente, a vegetação nativa do Espírito Santo está reduzida a menos de 15% da cobertura original: em 2011, calculava-se que havia apenas 5 107,53 km² de florestas, o que totalizava cerca de 11,07%. Por conta de sua semelhança, principalmente na parte norte do estado, com o sul da Bahia, a Mata Atlântica capixaba está incluída em um projeto de corredor ecológico que visa integrar as unidades de conservação desse estado com os do sul baiano, o chamado "Corredor Central da Mata Atlântica".

LITORAL 

Trindade e Martim Vaz é um arquipélago vulcânico localizado no Atlântico Sul, cerca de 1200 quilômetros a leste de Vitória

O litoral capixaba é rochoso ao sul, com falésias de arenito, e também na parte central, com grandes morros e afloramentos graníticos a beira mar, o litoral sul-central é muito recortado com muitas enseadas e baias protegidas por rochas e afloramentos rochosos a beira mar, é arenoso ao norte, com praias cobertas por uma vegetação rasteira e extensas dunas, principalmente em Itaúnas e Conceição da Barra. 

A 1 140 quilômetros da costa, em pleno Oceano Atlântico, encontram-se a Ilha da Trindade (12,5 km²) e as Ilha de Martim Vaz, situadas a 30 quilômetros de Trindade. Essas ilhas estão sob a administração do Espírito Santo.

O estado possui um litoral mais recortado no centro-sul, e mais mar aberto no norte, o que faz a maior parte das ilhas se concentrarem na parte central do estado, porém o estado possui várias ilhas. Ao todo, são 73 ilhas localizadas na costa do estado, sendo 50 localizadas na capital Vitória.

ECOLOGIA 

PARQUE ESTADUAL DE ITAÚNAS 

No Espírito Santo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) administra dezessete unidades de conservação: dois parques nacionais, seis reservas biológicas, três reservas particulares do patrimônio natural, duas áreas de proteção ambiental, uma estação ecológica e três florestas nacionais.


O estado também é conhecido por possuir diversos locais que servem para armazenamento dos ovos de Tartarugas-marinhas (Cheloniidae). No estado, o TAMAR, um projeto conservacionista brasileiro dedicado à preservação de espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção, mantém sete bases do projeto no estado: Itaúnas, Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação, Vila de Regência, Ilha da Trindade e Anchieta. 


Os trabalhos de monitoramento das praias realizados pelas equipes do TAMAR normalmente são realizados entre os meses de setembro e março, no fim do período reprodutivo. As tartarugas marinhas demoram até 20 anos para chegar à idade reprodutiva e de cada mil filhotes que nascem apenas um chega à fase adulta. Ou seja, das 100 mil tartarugas nascidas no último ano, daqui a vinte anos, provavelmente, estima-se que apenas 100 retornem para desovar. 


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