Localiza-se na Zona da Mata Mineira, a sudeste da capital do estado, distando desta cerca de 283 km. Sua população foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2024 em 565.764 habitantes,[9] sendo então o quarto mais populoso de Minas Gerais. Ocupa uma área de 1 435,7 km², dos quais 96,7 km² estão em perímetro urbano.
A cidade faz parte do eixo industrial das cidades próximas à BR-040 e das próximas à BR-116.
O município foi emancipado de Barbacena na década de 1850. A versão mais conhecida de sua etimologia é que o nome seja uma referência a um juiz de fora, magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito, que hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Hoje é formada pela cidade de Juiz de Fora além dos distritos de Rosário de Minas, Torreões e Sarandira, subdivididos ainda em 111 bairros.
Passou a ser conhecida como "Manchester Mineira" à época em que seu pioneirismo na industrialização a fez o município mais importante do estado. Com a grande crise econômica de 1929, a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo e Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento a partir da década de 1960. Sua área de influência estende-se por toda a Zona da Mata Mineira, uma pequena parte do Sul de Minas e também do Centro Fluminense.
O município conta ainda com uma importante tradição cultural, que vai desde o seu artesanato até o teatro, a música e o esporte. Seu principal e mais tradicional clube de futebol é o Tupi Football Club, fundado em maio de 1912. Juiz de Fora também é destaque no turismo, com seus diversos atrativos culturais, naturais e arquitetônicos. Alguns dos principais são o Museu Mariano Procópio, o Cine-Theatro Central e o Parque da Lajinha. Um dos principais eventos é o Carnaval de Juiz de Fora, que teve suas origens na época de emancipação do município. No final da década de 1930, até a década de 1960, o auge do Carnaval mudou de foco e a festa nos clubes pairou sobre Juiz de Fora.
HISTÓRIA
O local onde hoje existe Juiz de Fora permaneceu intocado até o século XIX, exceto pelos índios puris e coroados. Com a construção do Caminho Novo em 1707, ligando a rota do ouro entre Vila Rica (Ouro Preto) e o Porto do Rio de Janeiro, diversos grupos surgiram às margens da estrada, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna, criado em 1713, e que veio posteriormente a se tornar Juiz de Fora.
As origens de Juiz de Fora remontam a época do Ciclo do Ouro, portanto confundem-se com a história de Minas Gerais. Devido à dificuldade de acesso à região do atual município, o lugar permaneceu praticamente intocado até o século XIX. A Zona da Mata, então habitada apenas pelos índios puris e coroados, foi desbravada com a abertura do Caminho Novo, estrada construída em 1707, para o transporte do ouro da região de Vila Rica (Ouro Preto) até o porto do Rio de Janeiro. Diversos povoados surgiram às margens do Caminho Novo estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna, povoado por volta de 1713.
A vila de Santo Antônio do Paraibuna surgiu no início do século XIX devido à ocupação por famílias de fazendeiros e colonos vindas da região aurífera (Ouro Preto e Mariana), e posteriormente da região das Vertentes (Barbacena e São João del-Rei). O município de Santo Antônio do Paraibuna desmembrou-se de Barbacena em 31 de maio de 1850, e elevado a Cidade do Paraibuna em 1856. Em 1865, a Cidade do Paraibuna passa a se chamar Juiz de Fora. O curioso nome de Juiz de Fora gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O juiz de fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação dessa personagem na história local ainda são polêmicas.
Uma personalidade de grande importância no município foi o engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld (Henrique Guilherme Fernando Halfeld), que empresta seu nome a uma das principais ruas do comércio local e ao parque situado no centro da cidade, nos cruzamentos da mesma rua Halfeld e a Avenida Barão do Rio Branco e com a Rua Santo Antônio e Rua Marechal Deodoro com Avenida Barão do Rio Branco e Rua Santo Antônio, entre o Paço Municipal de Juiz de Fora, a Câmara dos Vereadores, e o Fórum da Comarca e a Igreja Metodista Central. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município, sendo considerado um de seus fundadores.
Em 6 de setembro de 2018, o então candidato a Presidente da República, Jair Bolsonaro, sofreu um atentado enquanto caminhava na Rua Batista de Oliveira, esquina com a Rua Halfeld.
GEOGRAFIA
em direção ao centro.
A área do município é de 1 435,749 km², segundo o IBGE. Desse total 96,7 km² estão em perímetro urbano. É ainda o município mais extenso da Zona da Mata Mineira.
De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Juiz de Fora. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Juiz de Fora, que por sua vez estava incluída na mesorregião da Zona da Mata.
O município limita-se ao norte com Santos Dumont e Ewbank da Câmara; a nordeste, com Piau e Coronel Pacheco; a leste, com Chácara e Bicas, Pequeri; a Sudeste, com Santana do Deserto; ao sul com Matias Barbosa e Belmiro Braga; a sudoeste, com Santa Bárbara do Monte Verde; a oeste, com Lima Duarte e Pedro Teixeira e a noroeste com Bias Fortes. A cidade está a aproximadamente 310 quilômetros de Belo Horizonte, a capital mineira.
O relevo de Juiz de Fora é bem acidentado, correspondendo geomorfologicamente à Unidade Serrana da Zona da Mata, pertencente à Região Mantiqueira Setentrional. A altitude máxima é de 998 m. nas proximidades da serra dos Cocais e a mínima fica em 470 m no Rio Santo Antônio. A sede está em uma altitude de 677,2 m. Cerca de 2% do território juiz-forano é plano, 15% das terras são típicos de serras e os 83% restantes o terreno são mares de morro.
HIDROGRAFIA
O município de Juiz de Fora está localizado na Bacia do Médio Paraibuna, pertencente à bacia do Rio Paraíba do Sul, e seu perímetro urbano é drenado por 156 sub-bacias de diversas dimensões. Os principais rios que banham o município são o Paraibuna, seus afluentes Rio Cágado e Rio do Peixe, e os rios Monte Verde e Grão-Mogol, afluentes do rio do Peixe. O Rio Paraibuna recebe o lançamento in natura de esgotos domésticos e de efluentes industriais produzidos na cidade.
A Bacia do Médio Paraibuna possui tributários com perfis longitudinais relativamente acentuados, que desembocam no rio principal com gradiente um pouco baixo. O Rio Paraibuna possui declividade média bastante diferenciada ao longo de seu curso, sendo que no trecho urbano de Juiz de Fora é bastante moderada, da ordem de 1,0m/km. A última retificação de aproximadamente 30 km, na região do Distrito Industrial I, foi dimensionada de modo a compatibilizar a função regularizadora da Barragem Chapéu D’Uvas, recentemente concluída. A barragem foi construída com o objetivo de amortizar enchentes e ampliar o potencial de abastecimento de água para a cidade.
CLIMA
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados
em Juiz de Fora por meses (INMET, 1961–presente)
Mês Acumulado Data//Mês
Janeiro 133,6 mm 14/01/1966
Fevereiro 138,7 mm 12/02/1995
Março 147,4 mm 12/03/2001
Abril 63,4 mm 06/04/1983
Maio 71,8 mm 31/05/1983
Junho 66,2 mm 04/06/1983
Julho 33,2 mm 04/07/1964
Agosto 36 mm 28/08/2023
Setembro 70,3 mm 07/09/1992
Outubro 77,2 mm 25/10/1976
Novembro 105 mm 01/11/2006
Dezembro 144,6 mm 07/12/1998
O clima de Juiz de Fora é caracterizado tropical de altitude (tipo Cwa segundo Köppen), com chuvas concentradas no verão e temperatura média compensada anual em torno dos 19 °C. A umidade do ar relativamente elevada e tempo aproximado de insolação é de 1 820 horas/ano.
As precipitações ocorrem principalmente sob a forma de chuva e, em algumas ocasiões, de granizo.
Segundo dados da estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Juiz de Fora disponíveis a partir de 1961, a menor temperatura registrada ocorreu no dia 9 de junho de 1985, com mínima de 3,1 °C, contudo o recorde absoluto foi registrado antes desse período, em 9 de junho de 1933 (0,4 ºC).
Já a maior temperatura atingiu 37,4 °C em 19 de outubro de 2016. O maior acumulado de precipitação em 24 horas alcançou 147,4 mm em 12 de março de 2001.
ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
Parque do Museu Mariano Procópio.
A vegetação nativa do município pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), onde destacam-se diversas espécies da fauna e flora. Em Juiz de Fora existem unidades de conservação ambiental. As principais são a Reserva Biológica Municipal do Poço D'Anta (com 277 hectares, entre os bairros São Benedito, Bom Retiro e Linhares); Reserva Biológica Municipal Santa Cândida (133 hectares, bairros Monte Castelo, São Pedro e Carlos Chagas); Parque da Lajinha (45,5 hectares, bairros Aeroporto e Teixeiras); Área de Proteção Ambiental do Krambeck (291 hectares, bairros Eldorado e Remontas) e Área de Preservação Permanente Bosque do Bairu (0,5 hectares, bairro Bairu).
De acordo com a lei 9605 de 1998, mananciais, encostas e áreas de matas nativas são protegidas pela prefeitura. Outras áreas de preservação, como o Parque do Museu Mariano Procópio, possuem legislações próprias, por serem de menor porte. Outra importante unidade de conservação é o Sítio Malícia, que pertencente à maior floresta de mata atlântica urbana do país, com mais de 3,7 milhões de metros quadrados.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Desde o começo da década de 1990 vários pontos do município, em especial a área central, vêm sofrendo com a fumaça e a poluição proveniente da grande quantidade de veículos que circulam na região e das indústrias. Desde 1993 estudos que estão sendo realizados comprovam que o nível de monóxido de carbono é elevado. Somente na Avenida Rio Branco, a principal da cidade, em 1998 já circulavam 40 mil veículos diariamente, sendo que a frota municipal naquele ano era de 115 mil veículos.
No ano de 2022, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 540 756 habitantes, mantendo o título de quarto mais populoso do estado e apresentando uma densidade populacional de 376,64 hab./km2.[41] Segundo o censo de 2010, 47,30% da população eram homens (244 932 habitantes), 52,70% (272 940 habitantes) mulheres, 98,86% (511 973 habitantes) vivia na zona urbana e 1,14% (5 879 habitantes) na zona rural. De acordo com o IBGE, Juiz de Fora possuía 354 929 eleitores em 2004.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Juiz de Fora é considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seu valor é de 0,828, sendo o nono maior de todo estado de Minas Gerais (em 853), o quadragésimo nono de toda a Região Sudeste do Brasil (em 1666 municípios) e o 145° de todo o Brasil (entre 5 507 municípios).
Considerando apenas a educação o valor do índice é de 0,920, enquanto o do Brasil é 0,849. O índice da longevidade é de 0,784 (o brasileiro é 0,638) e o de renda é de 0,781 (o do Brasil é 0,723).
A cidade possui a maioria dos indicadores elevados e todos acima da média nacional segundo o PNUD.
A renda per capita é de 13 715,11 reais[carece de fontes], a taxa de alfabetização adulta é 95,30% e a expectativa de vida é de 72,03 anos. O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social é de 0,41, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor.
A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 12,86%, o limite inferior da incidência de pobreza é de 5,82%, o superior é de 19,91% e a incidência da pobreza subjetiva é de 9,45%.
No ano de 2010, a população juiz-forana era composta por 294 080 brancos (56,9%); 144 153 pardos (27,9%); 73 942 pretos (14,3%); 538 indígenas (0,1%); 3 535 amarelos (0,7%);
Paço Municipal, na esquina da Rua Halfeld com a Av. Rio Branco, em 1928.
Atual sede da prefeitura, no centro da cidade, em 2011. À esquerda, do outro lado da linha férrea, localiza-se a Praça Doutor João Penido.
A partir de 1850, a elite agrária da cidade estabeleceu seu centro de poder no centro da cidade, agrupando em torno da Praça Central as Repartições Públicas e a Igreja. Entretanto, a cadeia, mesmo fazendo parte do centro, não estava neste núcleo.
O poder executivo do município de Juiz de Fora é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. O primeiro representante do poder executivo e prefeito do município foi Pedro Marques de Almeida (1888–1934). Em vinte e nove mandatos, onze prefeitos passaram pela prefeitura de Juiz de Fora.
O poder legislativo é constituído pela câmara. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O município de Juiz de Fora se rege por leis orgânicas. A cidade é ainda a sede de uma comarca. De acordo com o TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) o município possuía, em 2006, 354 929 eleitores.
FONTE:
WIKIPEDIA JUIZ DE FORA
BASTANTE DESATUALIZADO.. MAS...
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