sexta-feira, 29 de setembro de 2023

DE OLHO NO AGRO PARTE 03

 


SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO:
Entenda como fica o setor


A sustentabilidade no agronegócio passou a ser um dos principais pilares do segmento e, praticamente, uma moeda de troca entre produtores, indústrias, funcionários e governos investidos no ramo.

No entanto, mesmo sendo extremamente visada, a prática ainda não está muito bem estabelecida no Brasil. Mas a culpa não é inteiramente nossa.

Segundo os livros de história, desde a descoberta do nosso país, crescemos e desenvolvemos a nossa cultura a partir da exploração e hábitos irresponsáveis. Cenário pouco provável para promovermos uma cultura rica e respeitosa pensando em termos como sustentabilidade, ecologia, biodiversidade, entre outros.

Mesmo com tantos desafios, o Brasil já parece se mover e estar pronto para essa nova etapa do agronegócio: mais limpo, mais consciente, mais diverso e mais respeitoso. Com investimentos do governo, entidades e organizações tentando promover essa cultura, é possível que os nossos recursos naturais não sejam mais extintos ou entrem em escassez.

Existem muitas vertentes para entendermos como se dá a sustentabilidade no agronegócio. Quer saber mais como a sustentabilidade e respeito ao meio ambiente passarão a ditar os processos e etapas da indústria agrícola?

Então basta acompanhar a leitura! 

UMA INTRODUÇÃO
Historicamente, as práticas inadequadas nas cadeias produtivas ligadas ao agronegócio causaram um impacto negativo muito grande ao nosso país, especialmente na fauna e flora. Desde os tempos da colônia portuguesa, os biomas Mata Atlântica e Caatinga sempre foram afetados pela pecuária extensiva, pela extração da cana-de-açúcar e pela matança extensiva de espécies únicas. 

Essa criação problemática trouxe raízes das quais, até hoje, estamos tentando nos livrar. Especialmente esse novo momento do agronegócio.


Apesar de termos encarado uma das piores recessões na história do nosso país, o agronegócio continuou crescendo e amenizando os seus efeitos. Segundo estimativas, 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) advém do agronegócio. Essa porcentagem comprova quão fundamental o setor é para a economia brasileira.
Com o crescente aumento das demandas globais por produtos novos e comercialização mais agressiva, o setor entra em uma fase em que os consumidores não querem apenas bons produtos. Eles querem produtos com valor agregado. E a forma de agregar valor às frutas, legumes, grãos e vegetais vem por meio do cultivo e extração sustentável. Isso vai dos pequenos produtos até aos commodities brasileiros. 

Nos últimos anos, os commodities, em geral, tiveram seus preços elevados. E considerando que esse segmento é extremamente valioso para a nossa economia, ficou cada vez mais complicado continuar a sua comercialização e exportação se as práticas de extração desses materiais não se enquadram nos padrões de conscientização ambiental. 




SOJA, MILHO E CAFÉ : SÃO ALGUNS DOS PRINCIPAIS COMMODITIES.
Muito importantes para a nossa economia, o conjunto de produtos continua em exportação e visado pelo mercado, mesmo com a pandemia do coronavírus. 

O Brasil segue com um cenário favorável para a sua expansão agrícola: seus solos, variedade de produtos, temperatura, calor e irrigação colaboram para a produção desses itens e, graças às nossas estações, temos o benefício de possuir mais de uma colheita de safra por ano (coisa que muitos países não possuem).

Para o mercado mundial, também temos produtos e commodities o suficiente para suprir a demanda intensa de outros países. Dessa forma, nunca os produtores se viram ganhando tanto, mesmo considerando os impactos econômicos causado pela pausa dos setores em virtude da Covid-19. 

Mas agora, o desafio para melhorar ainda mais o nosso setor é passar a implementar processos eficientes de controle e monitoramento da expansão agrícola. Isso significa ter que reduzir os processos de degradação ambiental e tornar todas as atividades menos impactantes para a natureza. O problema é que o cenário do agronegócio continua deixando a desejar — e muito — em termos de sustentabilidade.  


De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea), cerca de 43% de tudo que é produzido pelo setor da agricultura é exportado para outros países. Além disso, seus compradores tornam-se cada dia mais exigentes em relação aos padrões de qualidade e, especialmente, de produção sustentável. 

O universo passou a perceber uma necessidade de aplicarmos e debatermos a sustentabilidade na agricultura. Agora existe uma demanda crescente por ambientalismo e práticas sustentáveis, especialmente se colocarmos na balança todos os impactos ambientais causados por práticas de agronegócio irresponsáveis e caóticas.

Com espaço de terras de cultivo cada vez menor, no Brasil e no mundo, os agricultores começaram a pensar em novas metodologias para atender aos altos níveis da produção sem causar mais devastação ambiental e desequilibro ecológico das áreas. Todas essas práticas completam uma dinâmica maior chamada de agricultura sustentável. 

O que é e como funciona a agricultura sustentável
Antes de falarmos especificamente sobre agricultura sustentável, precisamos falar sobre o que é sustentabilidade. 

Sustentabilidade
De forma simples, “sustentabilidade” pode ser descrita como um sistema que permite a sua permanência por um determinado prazo ou condição de um processo. Entretanto, nos últimos anos, o conceito que passou a valer foi o que define-a como:

o princípio a qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não podem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.

No ano de 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um documento que passaria a colocar de vez o conceito dentro do ciclo produtivo e capitalista. Conhecido como “Relatório Brundtland”, ele foi desenhado para ser o porta-voz do desenvolvimento sustentável. De acordo com o relatório, é preciso considerar a sustentabilidade ambiental, econômica e sociopolítica nesses polos para se ter um ecossistema amigável. 


 
A sustentabilidade tem sido cada vez mais benquista no agronegócio. Ela passou a ser aplicada diretamente na cadeia produtiva do setor por meio de tecnologia e de pesquisa. A questão é que a sustentabilidade não é apenas um fator que deve ser considerado para otimizar a produtividade: a população e do mercado internacional passaram a ser mais exigentes em relação aos produtos que consomem.
No que se refere às questões ambientais, o documento faz um apontamento afirmando que todos os recursos naturais demandam uma série de cuidados especiais para que possam continuar existindo, mesmo após inúmeras formas de extrações. Dessa forma, todas as formas de sustentabilidade (como a sociopolítica e econômica, por exemplo), só existem quando a sustentabilidade ambiental é devidamente aplicada e respeitada. 

Passando um pouco na frente do tempo, segundo o editorial publicado pela revista acadêmica Química Nova, no ano de 2010, a conversação ambiental deve estar contida em todas as políticas de desenvolvimento de um país. Aliás, é importante ressaltar que ela não é apenas responsabilidade do Estado, mas de todos os agentes sociais, como as empresas que fazem parte daquele sistema e também da própria população. 

Agora que ficou claro como é e como funciona a sustentabilidade, podemos finalmente entrar no tópico sobre agricultura sustentável.

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL 
A agricultura sustentável é um polo de união entre o respeito profundo pelo meio ambiente e pela viabilidade de um negócio, considerando a ótica social e econômica. Para a agricultura ser, de fato, considerada sustentável é importante assegurar que as próximas gerações consigam elevar a qualidade de vida no mundo inteiro e atendar todas as demandas da dinâmica de produção. 

Para começar a aplicar a sustentabilidade no agronegócio é uma questão de simplesmente focar em:

Aumentar a produção dos alimentos;
Melhorar a segurança alimentar e não afetar a forma que as próximas gerações consigam continuar desfrutando desses recursos naturais.
De quebra, aplicando essas práticas sustentáveis, o setor também conseguirá melhorar a sua imagem perante os consumidores e o mercado internacional. Os empreendimentos do setor passarão a sentir o delicioso gosto do respaldo e ganharão também mais valor agregado. 


Algumas medidas sustentáveis que são levantadas pelo agronegócio são a melhoria no uso da terra, economia e reutilização de recursos, entre outros. O principal foco aqui é potencializar esses fatores para aumentar a produtividade e reduzir os gastos do setor. Essa necessidade vem sendo aliada juntamente à modernização dos métodos de produtividade sustentáveis.
Se pudermos justificar de uma maneira mais simples, um sistema de agronegócio sustentável respeita o meio ambiente, é economicamente viável e consegue ser justa no ponto de vista social e político. Hoje, a agricultura ocupa cerca de 32% das terras brasileiras. Ou seja, relacionar essa produção agrícola com responsabilidade ambiental é extremamente pontual e coerente. 

A sustentabilidade brasileira
Desde a sua “descoberta”, o Brasil foi formado na base da exploração: quando a colônia portuguesa passou a se apropriar das nossas terras e recursos naturais, como o pau-brasil e minérios. Parece que foi escrito na nossa certidão de nascimento. De lá para cá, pouca coisa mudou e ainda podemos ver reflexos dessa formação problemática até os dias de hoje. 

Se considerarmos a formas como o mundo se preparou ou se prepara para essa nova onda ecológica, o Brasil encontra-se uma em posição muito inferior. Aliás, são diversos os países que colocam esse assunto como pauta prioritária em seus diversos aspectos: economia, governo, produção, lixo urbano, gestão, implantação de negócios, entre outros, todas levam em consideração o olhar da sustentabilidade. 


No entanto, já podemos ver uma luz no final do túnel. Foi apontado que existem agroindústrias, fábricas, propriedades e indústrias que já trabalham com mecanismos sustentáveis, mais ainda há espaço para mais crescimento desse “braço” da nossa economia e produção.
Portanto, a questão da sustentabilidade é um assunto mais sério, principalmente para o nosso país. Especialmente porque o agronegócio é um dos grandes pontos de segmentação do nosso PIB, ou seja, ele está presente, seja de forma coerente ou irresponsável. 

A ECONOMIA VERDE 
Para aplicar sustentabilidade no agronegócio, uma coisa é certa: teremos que investir em economia verde. 

Conforme já foi dito neste texto, desde a gêneses do nosso país, não desenvolvemos uma preocupação com sustentabilidade. Por isso, é extremamente natural que a indústria e o agronegócio acabem por não seguir alguns protocolos básicos considerando essa pauta. Ainda precisamos crescer muito nesse aspecto, aliás. 

Na contramão da sustentabilidade, o governo brasileiro tem aprovado algumas medidas que sujam a imagem do agronegócio como um sistema de responsabilidade social e ambiente. Algumas ações são as críticas a ambientalistas, o mal-estar perante o relacionamento do Brasil a Organização das Nações Unidas, a liberação de diversos agrotóxicos, o fechamento da secretaria de Mudanças Climáticas, a indicação de nomes com pouco — ou nenhum, algumas vezes — histórico na área ambiental para cargos no governo.

Sim, já conseguimos mostrar todo o nosso potencial produtivo. Inclusive, o Brasil passa até mesmo dos Estados Unidos no mercado de soja. Já para cana-de-açúcar, café, laranjas e milho, passamos do mundo inteiro. O problema, é que as nossas práticas de extração e produção não seguem protocolos “verdes”, colocando em cheque o nome do nosso país em relação às novas questões de sustentabilidade. 

Por isso, precisamos pensar mais em economia verde. Mas o que é economia verde?

A Economia Verde está diretamente relacionada com as mudanças climáticas: baixa emissão de carbono, eficiência energética, energia renovável, entre outros. Além disso, é uma economia capaz de resultar melhoria do bem-estar da sociedade, igualdade e reduz significantemente os riscos ambientais. 

Outros fatores que podem ser impulsionados para o desenvolvimento de uma economia verde são: uso de recursos e previnam perdas de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, aumento da renda e de emprego deve ser impulsionado por investimentos públicos e privados que reduzam as emissões de carbono, aumento da eficiência energética, entre outros.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, “uma Economia Verde pode ser considerada como tendo baixa emissão de carbono, é eficiente no uso de recursos e socialmente inclusiva”.

ECONOMIA VERDE NO BRASIL 
As fontes renováveis de energia são um grande exemplo de desenvolvimento sustentável no Brasil. Por exemplo, em 2015, uma total de 90% das novas energias geradas vieram de fontes renováveis, como eólica, solar, hidráulica, entre outras, todas servindo como uma forma de economia verde. 

A reciclagem, outro aspecto parte da economia verde, também vem ganhando força no nosso país. Segundo dados, 18% dos resíduos gerados nas cidades são reciclados. Essa força está diretamente ligada ao aumento dos postos de coleta de lixo reciclável.

Cada vez mais presentes nos estados brasileiros, as águas de reuso são aquelas que já foram utilizadas em outras atividades humanas, mas que ainda podem ser aproveitadas. O setor industrial conta com o seu auxílio para diferentes tarefas diferentes. Segundo um relatório da PNUMA, de 2017, o aumento da demanda dos recursos hídricos tornou necessária a prática das águas adotando um modelo de “redução, reutilização, reciclagem e recuperação dos recursos”. 

É importante ressaltar que a reciclagem impacta diretamente no meio ambiente e em comunidades locais que funcionam como operadores do setor, fugindo do desemprego. Formando, assim, um ciclo de sustentabilidade.

Os maiores e principais impactos ambientais causados pelo agronegócio
O agronegócio brasileiro, durante muitos anos, aplicou técnicas irresponsáveis e nada sustentáveis durante odas as etapas de extração de insumos, materiais, recursos, entre outros. Considerando essas ações do agronegócio, a indústria passou a revisar e rever algumas dessas práticas ao aplicar novas técnicas de produção e deixar de lado a utilização de agrotóxicos (entre outros produtos).

Legado do agronegócio: somente no ano de 2016, quase 8 mil km² foram desmatados na Floresta Amazônica. Mas o desmatamento aqui nunca foi novidade. Dos anos 1970 para cá, cerca de 770 mil km² de mata foram destruídos. Ainda assim, a taxa de desmatamento conseguiu diminuir na última década. Por meio de campanhas de conscientização pretendia-se atingir um nível zero de desmatamento até 2020.
No entanto, os anos de práticas indevidas levaram a impactos severos do agronegócio na natureza, como: 

Poluição atmosférica por conta da emissão de gases;
Geração de resíduos e desperdício; 
Desmatamento de diversas matas, florestas e biomas importantes; 
Poluição geral de muitos solos e da água; 
Assoreamento dos rios e erosão; 
Diminuição da biodiversidade em regiões críticas.
Mesmo que o Brasil seja um exemplo mundial de agronegócio, a única forma que a sua imagem e potencial poderá ser amplamente mimicada por outras nações ou modalidades de negócio é se a agricultura e a agroindústria passarem a se preocupar mais com a natureza, seja com a sua preservação ou com a sua conservação. 

A disputa entre a Sustentabilidade Ambiental e o Agronegócio
Infelizmente, as pautas de sustentabilidade demoraram a aparecer no setor do agronegócio brasileiro. 

Foi apenas nos últimos anos que as políticas governamentais começaram a unir forças para fazer com que o setor agrícola passasse a atentar para questões ecológicas, desde ao respeito primário ao meio ambiente ao desenvolvimento de programas com o objetivo de cultivar um espaço mais livre e sustentável. 

A sustentabilidade no agronegócio tem sido a casa de algumas novas empreitadas: no campo do maquinário, por exemplo, existe um investimento muito grande em pesquisa para desenvolver veículos inteligentes, criação de combustível ou para alternativas aos produtos derivados do petróleo. A empresa Case IH, subsidiária do Grupo Fiat, recentemente desenvolveu uma colheitadeira cujo motor foi desenvolvido para reduzir o consumo de diesel sem perdas operacionais.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio corresponde por pouco mais de 20% de toda a atividade econômica do Brasil. Em 2018, a retomada da agroindústria levou ao aumento de 3,4% do PIB Brasileiro. No entanto, em anos anteriores, o PIB do agronegócio já atingiu marcas maiores, graças a força do setor primário e com a venda da safra recorde de alguns commodities.  

Para mudar os comportamentos atuais em relação às práticas de extração, entre outras medidas do agronegócio, existe um grande obstáculo: desenvolver formas efetivas de política. Essas medidas devem tentar apresentar políticas voltadas a:

Utilização dos recursos naturais de forma racional e coerente;
Introduzir uma gestão que seja participativa nas decisões públicas e privadas aos principais interesses da sociedade;
Educar nas escolas e faculdades sobre a questão da sustentabilidade;
Analisar como os avanças tecnológicos e científicos poderão aprimorar as práticas de sustentabilidade. 
Atualmente, já é possível ver como o mundo está demandando, cada vez mais, produtos sustentáveis ou que possuem impacto ambiental reduzido.

Aparelho utilizado para a colheita de grãos de milho

Outros fatores que passaram a impulsionar o movimento em cima da sustentabilidade, além das mudanças que foram aplicadas inicialmente para melhorar a produtividade, foram as pressões por parte da sociedade que clamaram pela adoção de práticas mais ecológicas. De acordo com Roberto Rodrigues, o ex-ministro da Agricultura, para o jornal Estadão, os indivíduos estão pedindo por melhores serviços graças aos avanços na educação e acesso a informações mais assertivas.
O selo de sustentabilidade virou um protocolo seguido por empresas, uma exigência cada vez mais frequente no mercado, nacionalmente e internacional, principalmente pelos países mais desenvolvidos, que passaram a produzir mais em uma camada viável e consciente. 

Também foram identificadas novas formas de iniciativas focadas em sustentabilidade como, o cultivo de produtos orgânicos, a não aceitação de produtos que promovam o desmatamento de forma direta ou indireta, a extração de materiais orgânicos e naturais de maneira sustentável e consciente, a geração de novas formas de energia e aproveitar todos os resíduos produzidos na pecuária e na agricultura. 

Sustentabilidade no agronegócio: os não-transgênicos
Como mencionamos anteriormente, existe um mercado de soja muito prolífico e influente. E nesse mercado, o Brasil comanda. Porém, um ponto a ser destacado aqui é que o nosso país não parece apostar muito no plantio de soja de forma convencional. E é justamente esse modelo que é mais visado entre os produtores agrícolas que seguem em prol da sustentabilidade. Esse modelo é conhecido como “soja livre” ou “não OGM”. 

COLHEITA DE SOJA
Eis uma grande consequência para um produtor rural que passa a investir na preservação ao meio ambiente: lucro. Os mercados, tanto o interno como o externo, avaliam essa participação, principalmente, na questão da emissão de gases poluentes. Também são verificados outros aspectos como quais produtos causam menores impactos e quais dos produtores que têm acesso à tecnologias que permitem o efetivo controle dessas emissões em questão. 

Para termos comparativos, a Europa possui uma demanda anual de 4 milhões de toneladas de soja e a China de 5 milhões. O potencial é enorme. No entanto, por conta de pressões por produtividade competitiva, a soja vem sendo extraída de forma nada sustentável. 

O problema é que mesmo com todo o potencial e alcance, os produtores brasileiros não se interessam pelo desenvolvimento da soja tradicional. Portanto, o seu cultivo “livre” acaba ficando em desuso. Felizmente, o Brasil tem alguns exemplos de produtores sustentáveis no ramo: no Mato Grosso, com 1,2 milhão de toneladas, o equivalente a 13% do total, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado segue em livre cultivo de soja tradicional.

PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL 
Para manter toda a produção e logística em boa forma, é importante não misturar a soja convencional com a transgênica. Aliás, existem compradores que pagam até mais por um produto que não seja misturado com transgênicos, que são livres de agrotóxicos e hormônios.
Existem outras opções que podem ser feitas para atingir todo o potencial produtivo e de exportação da soja sem colocar em risco à saúde dos trabalhadores envolvidos e manter a boas práticas em relação ao meio ambiente.

Sustentabilidade no agronegócio: o papel do governo
Para colocar em prática as pautas sustentáveis em todos os polos da nossa nação, é necessário que o governo tome medidas para adequar toda a nossa cadeia produtiva e consumidora e passe a pensar mais nas gerações futuras. Uma vez que haja a conservação dos nossos bens naturais, como a água, solo, entre outros, poderemos pensar na geração de produtos e na redução do desperdício. 

PAPEL DO GOVERNO NA SUSTENTABILIDADE 

É importante que as empresas passem a adotar a questão sustentável como ferramenta de negócio. Será uma forma de reter recursos e diminuir o impacto de outros segmentos internos. O agronegócio também corre o risco de perder investimentos internacionais se não apostar no mercado ecológico. Isso por conta das queimadas que acontecem na região da Amazônia, onde há uma imensa pressão internacional para que o Brasil volte a apostar em sustentabilidade. Essa pressão é por meio de agentes governamentais, sociedade, empresas, entre outros.
Formas de praticar sustentabilidade no agronegócio 
Existem formas que, ao serem implementadas, ajudarão o agronegócio a respirar e exalar sustentabilidade pelo ar. Essa cultura será devidamente desenvolvida no seu polo e trará excelentes ramificações para o mercado e a repercussão das práticas utilizadas também será outro belo resultado. Confira algumas delas: 

✅Reduzir o uso de adubos químicos nas plantações;
✅Utilizar técnicas que evitam a poluição dos elementos naturais de uma área, como ar, solo e água; 
✅Utilização de sistemas de captação de água das chuvas para reutilizá-las na irrigação dos plantios; 
✅Suspender processos de diminuição de unidades de conservação, especialmente aos que ameaçam territórios e direitos dos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais; 
✅Recuperar a cobertura florestal em segmentos de recarga de redes de bacias hidrográficas.

Segundo a pesquisadora Tatiana Matuk, a sociedade consegue exercer um papel muito importante como influenciador de empresas e do mercado para a adoção de práticas verdes. No entanto, um problema pode existir quando o rótulo de sustentabilidade é utilizado apenas como estratégia de marketing. Tatiana aponta que muitos produtos disponibilizados são vendidos como “ecológicos”, mas não é bem o caso: muitas vezes, apresentam alto consumo de recursos naturais em sua cadeia produtiva, fugindo — e muito — da sustentabilidade.
✅Expandir o monitoramento ambiental de diversos biomas em regiões diferentes do Brasil;
✅Incentivar o aumento da produção de alimentos de maneira sustentável, de acordo com tudo aquilo que já foi comentando até aqui;

✅Ajudar a promover técnicas de modernização das práticas agropecuárias e a fortalecer a preservação ambiental; 
✅Parar a utilização de pesticidas (quando possível) ou usá-lo apenas quando necessário.

✅É indicado não utilizar pesticidas ilegais — de forma alguma! — pois eles contribuem com a contaminação do solo, além de colocar em risco a saúde dos consumidores e dos manipulares dos pesticidas; 
✅Colocar em prática todas as leis e normas trabalhistas em campo para todos os profissionais.

De acordo com o o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), somente no primeiro semestre de 2019, foram registrados 169 produtos agrotóxicos em uso no Brasil. O que tornou um motivo de preocupação e tanta para ambientalistas e outros profissionais de saúde. Além dos problemas que causam à saúde humana, os agrotóxicos também são responsáveis pela contaminação do meio ambiente e e dizimam populações de polinizadores, como as abelhas, por exemplo, importantes agentes para o equilíbrio dos ecossistemas e da própria agricultura.

✅Procurar fontes de energia limpa e utilizá-las, podendo ser: etanol, biomassa, biodiesel, biogás, entre outros; 
✅De forma alguma desmatar florestas para ampliar as áreas agrícolas; 
✅Evitar toda e qualquer forma de desperdício.
✅Aplicar técnicas de reciclagem sempre que possível; 
✅Encontrar alternativas válidas para recuperar áreas degradadas pela irresponsabilidade de más práticas do agronegócio; 
✅Procurar novas fontes e formas de atrair investimentos nacionais e/ou internacionais.

Pensando somente no pilar social da sustentabilidade, a adoção de práticas é capaz de gerar um percentual expressivo de novos empregos e cargos no país. É capaz também de gerar renda especializa à sua mão de obra, além de ser saldo positivo da balança comercial de exportação. 

O agronegócio também é capaz de realizar diversas ações que promovem qualidade de vida aos públicos que o consomem, de forma direta ou não.
✅Desenvolver propostas de aprimorar o financiamento de projetos em prol da produção sustentável; 
✅Implantar o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) para remover o carbono; 

✅Implementar um sistema de multas pelo uso ilegal de terras. Ele pode ter uma sobretaxa aplicável a ecossistemas e culturas ameaçadas, além de áreas prioritárias para a conversação da biodiversidade; 
✅Suspender acesso a crédito e apoio para propriedades que efetuem desmatamento ilegal nos espaços; 
✅Aplicar dispositivos de defesa que ajudem terras a lidar com desmatamento ilegal e outras práticas que prejudiquem o meio ambiente.

Quer saber mais sobre o mercado do agronegócio? Então confira outras postagens no nosso SITE!!





Por
Flávio Oliveira
15 de setembro de 2020









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