A prevenção à imersão é uma das vantagens quando se pratica o terraceamento agrícola. Veja em detalhes
É comum que, com o passar do tempo e os diversos cultivos, as áreas de plantação vão apresentando pontos de cultivo. Para fazer o controle da vegetação, a agricultura de terraço acaba sendo uma boa alternativa.
Isso se deve ao fato de que o terraço ajuda a evitar pontos de formação de sulcos que, pouco a pouco, passam a corroer o solo. Dessa maneira, o escoamento de água deixa de ser um processo lento, uma vez que há maior nivelamento.
Mas como é possível dar sequência ao terraço agrícola? Qual é o passo a passo para realizá-lo? Neste texto, você vai entender em detalhes.
Boa Leitura!
O QUE É TERRACEAMENTO?
O terraceamento é uma prática agrícola que permite construir terraços que vão controlar o escoamento da água da chuva. Dessa forma, a terra se mantém mais cultivada, cultivada as características de produtividade e agricultura agrícola.
Vale dizer que a prática da agricultura de terraceamento é um dos fatores que permite reduzir a ingestão do solo, principalmente quando unida ao sistema de plantio direto e também à rotação de culturas.
POR QUE O TERRACEAMENTO DIMINUI A INGESTÃO ?
O fato de a água descer por meio de saídas específicas faz com que o terraço evite a formação de sulcos que corroem o solo. Isso acontece porque os terraços quebram a encosta, dividindo uma grande encosta em várias menores, o que a faz ficar menos submersa. Desse jeito, a força da água permaneça menos, mantendo a fertilidade do solo.
Vale dizer que o terraço não é a única maneira de evitar um solo com telhado: a vegetação nas encostas frontais e traseiras também diminui o risco de destruição pela água e pelo vento.
O importante é que, se você enxergar sinais visíveis de fluxo ou diminuição da produção a cada temporada, e aumento do campo para inclinação, optar pelo terraço é uma forma de diminuir a redução e reduzir a produtividade do solo.
COMO O TERRACEAMENTO É FEITO?
FAZENDA COM TERRAÇO
Se sua plantação está em uma área de declive e você entendeu que o terraceamento é a melhor maneira de diminuir o processo erosivo, chegou a hora de ver os 5 passos para fazer o terraço agrícola. Acompanhe.
1. ENTENDENDO A TEXTURA DO SOLO
Você vai precisar de 5 amostras do solo na camada de 0 a 20 centímetros, sendo que as amostras devem ser colocadas em um balde e misturadas.
Em seguida, separe um controlado de terra e molhe com água, sem encharcar. Misture e acumule a terra, formando um cordão com aproximadamente um centímetro de espessura, por último, duplo o cordão Isso permite entender se estamos diante de uma terra arenosa ou argilosa., já que, se o cordão, o solo é considerado arenoso, e, se não quebrar, argiloso.
2. MEDINDO A DECLIVIDADE
Agora é o momento de descobrir e medir a declividade de seu terreno. Comece colocando um piquete de madeira na parte mais alta do terreno, dê um espaço de 30 metros e finque o segundo piquete.
Na sequência, pegue a mangueira e encha com água. Coloque uma ponta da mangueira no piquete de cima e no de baixo. Você ainda vai precisar medir a distância entre as extremidades da água na mangueira e a superfície do solo nos dois piquetes.
O calculado é feito ao subtrair o valor encontrado no piquete abaixo pelo valor encontrado no de cima. Este número deve ser multiplicado por 100 e dividido por 30, que é a distância entre os dois piquetes. O resultado obtido é a declividade do terreno.
3. CALCULANDO A DISTÂNCIA ENTRE OS TERRENOS
Esse é o momento de verificar o valor da declividade e conferir o espaçamento indicado na tabela abaixo.
Tabela com distância entre terrenos para terraços
Ainda será necessário colocar um piquete a cada distância indicada. Por exemplo, se a declividade for de 5%, o espaçamento entre cada piquete de madeira será de 19,20 metros em solo arenoso e 21,95 metros em argiloso.
4. FORMANDO A CURVA DE NÍVEL
Este é o momento de pegar a mangueira já com água e os piquetes: coloque a ponta da mangueira no primeiro piquete fixado no terreno e procure o mesmo nível da mangueira para fincar outro piquete a 30 metros — isso deve ser repetido até o fim do terreno .
OBS: Uma dica da Embrapa é suavizar a curva, colocando piquetes a cada 15 metros sem que seja necessário o uso da mangueira.
5. CONSTRUINDO O TERRAÇO COM TRATOR E ARADO
Para começar, regule o arado sendo que o terceiro disco corte mais profundamente o solo, por pelo menos 30 centímetros. Já o primeiro disco deve cortar de um jeito mais superficial (cerca de 10 centímetros). Feita a regulagem, o arado deve ficar acomodado.
Feito isso, você já pode começar a arar o terreno jogando a terra da parte de cima para a parte de baixo até o final da curva em nível. Na volta, corte a terra, jogando-a de baixo para cima — o processo deve ser repetido até a base do terraço com 1,5 metro a 2 metros de largura ficar e a altura alcançar mais de 70 centímetros. Podem ser necessárias até 10 passadas de arado até o terraço ser considerado pronto.
E QUANTO AOS TIPOS DE TERRAÇO ?
TALHÕES COM TERRAÇO
Os tipos de terraço se diferenciam por função, largura de base, processo de construção e perfil do terreno.
1. TERRAÇOS POR FUNÇÃO
Temos o terraço em nível ou infiltração e terraço em desnível ou escoamento.
TERRAÇO EM NÍVEL
São terraços construídos sobre as niveladas demarcadas em nível, com até 12% de declive, e com as bordas bloqueadas. A função é interceptar a enxurrada e permitir que a água seja retida e infiltrada. São terraços indicados para solos de boa permeabilidade.
TERRAÇO EM DESNÍVEL OU ESCOAMENTO
Feito a partir de um pequeno desnível que seja transversal ao maior declive da rampa. Esse tipo de terraço costuma acumular o excedente de água, permitindo um processo lento para fora da área protegida. Ótima opção para solos com permeabilidade moderada ou lenta, que dificultam a infiltração de água da chuva.
TERRAÇO MISTO
Construído com um canal de pequeno declive e com um volume de estratificação do escoamento superficial. Uma vez que esse volume de inscrição seja preenchido, começa a funcionar como terraço em gradiente.
2. TERRAÇOS POR LARGURA DE BASE
Existem três opções, os de base estreita, base larga e base média.
BASE ESTREITA
Indicados apenas em condições em que não seja possível construir terraços de base média ou larga. Costumam ser interessantes para pequenas propriedades, com baixa intensidade de mecanização agrícola e terrenos muito íngrimes
BASE LARGA
São uma opção para solos arenosos, permitindo o cultivo em praticamente toda a sua superfície. Uma característica é a facilidade de manutenção.
MÉDIA BASE
Opção para pequenas ou médias propriedades, com máquinas suficientes para os implementos recomendados. Lembrando que o declive deve ser de até 15%.
3. TERRAÇOS POR PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
Quando se fala em processo de construção, as opções são Nichol's ou Canal e Mangum ou Camalhão.
NICHOL´S OU CANAL
Aqui, corta-se o solo com arado, mas sem usar grade-aradora e fazendo movimentos de cima para baixo, assim, a massa de solo que forma o camalhão é retirada da faixa superior, formando o canal.
MANGUM OU CAMALHÃO
Ele é feito movimentando uma faixa mais larga de solo que a do terraço anterior. A massa de solo é deslocada tanto da faixa imediatamente superior como da inferior ao camalhão, seja no sentido da aração, seja em passadas de ida e volta com o trator. Esses terraços podem ser construídos com terraços em terrenos de menor declividade.
4. TERRAÇOS DE ACORDO COM O PERFIL DO TERRENO
Comum, patamar, comum embutido, murundum ou leirão são os quatro tipos referentes ao perfil do terreno.
COMUM
Neste, o camalhão é feito em nível ou em desnível. Muito usado no Brasil, quando o solo apresenta queda inferior a 18%.
PATAMAR
Indicado para produções maiores e que gerou mais lucro, dado o alto custo. É uma opção para terrenos com mais de 18% de declive.
COMUM EMBUTIDO
Feito com motoniveladora ou trator de lâmina frontal, pois o objetivo é criar um canal triangular. Neste terraço, há a formação de um talude que separa o canal do camalhão na vertical. Indicado para cana-de-açúcar.
MURUNDUM OU LEIRÃO
Pedem trator de lâmina frontal, pois é necessário grande movimentação do solo. Ele dificulta a movimentação de máquinas agrícolas e tem custo mais elevado.
QUAIS SÃO OS SISTEMAS DE CULTIVO VIA TERRACEAMENTO?
Em geral, os sistemas agrícolas de terraceamento usados com mais frequência são bancada, contorno e paralelo. Explicamos cada um na sequência.
BANCO
É semelhante a uma estrutura de bancos ou degraus na encosta, com plataformas agrícolas planas ou quase planas dispostas em intervalos regulares. Pede mais mão de obra e uma perturbação intensiva do solo. São mais comuns para o cultivo de arroz em terraços, pois permitem a retenção de água.
CONTORNO
Seguem o contorno de relevo, formando filas de pontas e cursos de água relvados. Apesar de pedirem menos insumos para serem feitos, são difíceis para as atividades agrícolas devido às irregularidades de espaço.
PARALELO
São terrenos mais fáceis para as atividades agrícolas. Se a inclinação não permitir, são construídas por meio de operações de nivelamento de terrenos. Torna o movimento do maquinário facilitado, mas pede mais mão de obra e tempo de trabalho.
A prática do terraço, além da questão da prevenção do cultivo, traz vantagens como maior conservação da terra, menos sedimentação, conservação da água e aumento da produtividade do cultivo.
Quanto às resistentes, existem algumas, como custo com maquinário e necessidade de mão de obra especializada, ok? Ainda assim, pensando em termos de influência, é uma prática interessante e que aumenta a influência de terrenos inclinados. Os cultivos de arroz, açafrão, cominho, trigo, milho e maçãs são bastante preferidos.
EMBRAPA
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